Em sessão tumultuada, Careca do INSS nega envolvimento e pede para não usar apelido

Em sessão tumultuada, Careca do INSS nega envolvimento e pede para não usar apelido

Em uma sessão marcada por interrupções e trocas de falas em tom elevado, a CPMI do INSS ouviu o depoimento do investigado conhecido como Careca do INSS. Ao longo da oitiva, ele negou qualquer participação em fraudes envolvendo a concessão de benefícios previdenciários e solicitou que não fosse tratado pelo apelido, argumentando que a alcunha não corresponde à sua identidade civil. Apesar do pedido, parte dos parlamentares continuou a utilizar a designação pública pela qual o depoente ficou conhecido em meio às apurações.

Segundo os integrantes da comissão, o objetivo da convocação foi esclarecer possíveis vínculos do depoente com intermediários e eventuais esquemas que mirariam a facilitação de acessos ou a aprovação irregular de benefícios. O convocado afirmou que não integra qualquer organização direcionada a burlar normas do INSS e reforçou não ter atuado para obter vantagens ou interferir em processos internos. A sessão transcorreu com sucessivas intervenções da mesa para organizar os tempos de perguntas e respostas.

Depoimento na CPMI do INSS

Ao responder aos questionamentos, o depoente disse desconhecer operações estruturadas que envolvessem atravessadores com atuação dentro do sistema previdenciário. Parlamentares apresentaram linhas de perguntas sobre sua relação com pessoas investigadas, eventuais encontros e o conteúdo de comunicações citadas nos autos. A defesa reforçou que não há prova de participação dele em qualquer esquema e pediu que conste em ata a manifestação contrária ao uso do apelido. A condução dos trabalhos buscou preservar o direito de resposta e a sequência do roteiro aprovado pela comissão.

A CPMI do INSS foi instalada para apurar o alcance de fraudes na concessão de benefícios e o funcionamento de redes que supostamente operariam a partir de documentos falsos, laudos irregulares e intermediação indevida. O colegiado tem colhido depoimentos de gestores, servidores, ex-funcionários, peritos e pessoas citadas em investigações, além de analisar requerimentos de informações ao INSS e a outros órgãos. As frentes de trabalho incluem o mapeamento de fluxos internos, a avaliação de controles de risco e a estimativa de prejuízos ao erário.

Próximos passos da investigação

Após a oitiva, a comissão deve deliberar sobre novos requerimentos de convocação, pedidos de informações complementares e eventuais quebras de sigilo, conforme tramitação interna. O conteúdo do depoimento será anexado às peças do inquérito parlamentar e poderá embasar diligências adicionais. A defesa do depoente indicou que pretende protocolar manifestações formais para que, nos registros, prevaleça a identificação pelo nome civil. No relatório final, os parlamentares devem propor medidas administrativas e legislativas destinadas a reforçar os mecanismos de controle e a responsabilização de envolvidos em irregularidades.

Outras fontes

Jovem Pan